E ainda hoje sentia saudade
Daquele Boa Noite, cheio de mimos
que lhe fazia sentir que tudo na vida
tinha sentido,
que tudo daria certo
E que ele nunca estaria sozinho.
Boa Noite
que abarcava seu mundo
Que fazia dele sonho profundo
do qual nunca acordar queria.
Mas toda primavera
tinha seu período quente,
seu momento cinza
e seu balde d'água fria -
disso ele bem sabia.
E após tanto tempo
que aqueles Boa Noites se foram
O que ele queria mesmo
Era voltar a pisar flores de novo
A dar a mão pela planície primaveril.
Por esse dia anseava
em seu oceano azul,
em seu céu anil.
Por aquela maresia,
por aquele Bom Dia
por aquele frenesi
Que, ao despertar, lhe dizer faria:
-Meu mundo, moço?
É este daqui.
Lisieux Marc.