quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Duas da Tarde

Voltei porque tô inspirado. Porque to precisando despejar mais do que no Twitter muitas vivências novas. Da espiritualidade em sua maioria. De reencontros comigo mesmo. Lembranças desse caminho espiritual de que tão frequente quero deixar num lugar que eu possa voltar e acompanhar. Enfim... Esse lampejo de voltar pra cá veio de ontem pra hoje e hoje mais uma conclusão me fez decidir, agora.

O marido de um amigo morreu domingo retrasado. Coisa bem triste que não é o foco mencionar. Mas já um pouco esperada. Antes de viajar pra despedir dele, esse amigo chamou 3 bests pra vê-lo antes de ir, um deles eu. Só eu que fui, de última hora, depois da minha sessão na umbanda, mega tarde e tendo que acordar cedo. Daí passamos umas 3 horinhas ótimas, ambos de preceito sem beber, cada um por um motivo. E falamos muito dos nossos guias, orixás, voduns, ele jogou um baralho cigano pra mim que só saiu coisa linda e que eu entendi assim que foi saindo... Enfim, certa hora ele disse que era eu mesmo que tinha que estar lá, junto com nossos guias e orixás, pois dos quatro amigos somos nós que temos esse lado. Despedimos, o marido fez a passagem quatro dias depois e chorei daqui junto com ele praticamente, mesmo estando na mesa de bar. Desde a morte, as minhas palavras e o que veio a mente batiam com o que fala no música e clipe de Duas da Tarde, do Silva. Mas não sei porque, não mandei pra ele na hora. Dia amanheceu, vimos o sol raiar daqui, e assim que olhei pra ele nascendo lembrei do marido, desejei a pai Oxalá que o guiasse e desatinei a chorar, comentando com minha irmã e amigo que estavam comigo. Nisso mandei mais algumas mensagens pro amigo e, aí sim, o clipe. Ele responde de tarde emocionadíssimo e grato pela música e que só ia conseguir me explicar o quanto precisava dela quando chegasse aqui.

Semana caminhou e eu meio abafado com como o migo estaria e pans, até que ele me liga lá da Paraíba quinta logo depois de uma aflição minha, perco uns ônibus pra ouvi-lo e ele me conta da progressão do marido, ritual de passagem quando alguém falece que eu nunca tinha ouvido falar antes.

Tinha sido na praia, à tarde, ele passou o tempo inteiro com o marido em espírito, juntos, e ao final, ele se foi daqui pra luz pelas águas de Iemanjá, no mar.

Agora, vocês vejam o clipe (e a letra) que eu estava na cabeça desde que recebi a notícia e entendam o resto:



Sintonias desse jeito são coisas muitos raras, e com certeza não é só nossa e só desse mundo - como ele dissera em seu quarto, estávamos ali nós dois, nossos guias e orixás, e depois também: a música certa e quase preditiva soprada no pé do meu ouvido pra um amigo a centenas de quilômetros de distâncias. Saravá nossos guias - inclusive a quem peço agô pra contar aqui essa história.

Beijos de luz pra quem ler. Epa babá!

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