quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Eparrey!


Hoje no meio de um atendimento apareceu uma borboleta na minha janela. Em seguida outra e depois mais uma. Nisso saudei Yansã em pensamento, elas sumiram e em questão de segundos bateu um vento na mesma janela. Pra quem vê, está tudo sempre aí😍🍃Pouco depois começou a chover, inclusive. É tão gostoso se surpreender com essas coisas como se fosse sempre a primeira vez


quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Duas da Tarde

Voltei porque tô inspirado. Porque to precisando despejar mais do que no Twitter muitas vivências novas. Da espiritualidade em sua maioria. De reencontros comigo mesmo. Lembranças desse caminho espiritual de que tão frequente quero deixar num lugar que eu possa voltar e acompanhar. Enfim... Esse lampejo de voltar pra cá veio de ontem pra hoje e hoje mais uma conclusão me fez decidir, agora.

O marido de um amigo morreu domingo retrasado. Coisa bem triste que não é o foco mencionar. Mas já um pouco esperada. Antes de viajar pra despedir dele, esse amigo chamou 3 bests pra vê-lo antes de ir, um deles eu. Só eu que fui, de última hora, depois da minha sessão na umbanda, mega tarde e tendo que acordar cedo. Daí passamos umas 3 horinhas ótimas, ambos de preceito sem beber, cada um por um motivo. E falamos muito dos nossos guias, orixás, voduns, ele jogou um baralho cigano pra mim que só saiu coisa linda e que eu entendi assim que foi saindo... Enfim, certa hora ele disse que era eu mesmo que tinha que estar lá, junto com nossos guias e orixás, pois dos quatro amigos somos nós que temos esse lado. Despedimos, o marido fez a passagem quatro dias depois e chorei daqui junto com ele praticamente, mesmo estando na mesa de bar. Desde a morte, as minhas palavras e o que veio a mente batiam com o que fala no música e clipe de Duas da Tarde, do Silva. Mas não sei porque, não mandei pra ele na hora. Dia amanheceu, vimos o sol raiar daqui, e assim que olhei pra ele nascendo lembrei do marido, desejei a pai Oxalá que o guiasse e desatinei a chorar, comentando com minha irmã e amigo que estavam comigo. Nisso mandei mais algumas mensagens pro amigo e, aí sim, o clipe. Ele responde de tarde emocionadíssimo e grato pela música e que só ia conseguir me explicar o quanto precisava dela quando chegasse aqui.

Semana caminhou e eu meio abafado com como o migo estaria e pans, até que ele me liga lá da Paraíba quinta logo depois de uma aflição minha, perco uns ônibus pra ouvi-lo e ele me conta da progressão do marido, ritual de passagem quando alguém falece que eu nunca tinha ouvido falar antes.

Tinha sido na praia, à tarde, ele passou o tempo inteiro com o marido em espírito, juntos, e ao final, ele se foi daqui pra luz pelas águas de Iemanjá, no mar.

Agora, vocês vejam o clipe (e a letra) que eu estava na cabeça desde que recebi a notícia e entendam o resto:



Sintonias desse jeito são coisas muitos raras, e com certeza não é só nossa e só desse mundo - como ele dissera em seu quarto, estávamos ali nós dois, nossos guias e orixás, e depois também: a música certa e quase preditiva soprada no pé do meu ouvido pra um amigo a centenas de quilômetros de distâncias. Saravá nossos guias - inclusive a quem peço agô pra contar aqui essa história.

Beijos de luz pra quem ler. Epa babá!

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Marejar


Navegando nas águas incertas do seu amor
Tantas vezes sem um cais
Num porto que for.
Irá você um dia ancorar
De vez
Do lado de cá?

Ou serás tu sempre
Como a fugidia torrente?
Que, quando mais se aproxima,
afoga tudo que sente...
Deixando-me à deriva
dias a fio
Como uma amante de marinheiro
esperando seu amado ido.

Meu coração sussurra baixinho -
está arredio
de tanto
marejar.


Lisieux Marc - 28/09/2016 20:11h

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Des-vaneio




Quero andar por ruas nunca dantes vistas
Quero sair de manhã a ver o dia
Quero que o sol nasça a noite e a lua se ponha de dia
Com as montanhas de guia

Quero o repente como rotina
O lugar comum, como mãe já dizia,
é maresia
Quero sair sem mapa, eira nem beira
E desaguar numa cachoeira

Quero rumar para fontes desconhecidas
Donde dos lares exale café quentinho
E da chaminé a lenha fresca
Quero ir onde a vida amanheça

Azul, leve, e nada breve
Quero tudo devagarinho
Caminhar por aí sem tempo
Vivendo o momento

Quero fugir, extra-ordinariar, ir ali
Vagar pelo mundo 
Desvelar terrenos quase não-descobertos

Almejar ao tudo 
- e ao nada - perguntar
O que é correto
é o mesmo que o certo?
Nos satisfaz a concretude 
Ou ela só da consciência soterra
o surreal e o inédito?

Lisieux Marc - 07/04/16 - 05:14h

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Para Mariana


Ah! As mortes pelo capital
Na verdade, diárias, cotidianas, quase como coisa-e-tal
Geralmente causadas pelas desigualdades
intrínsecas a um sistema "social"
Que de humano não tem nada
E que de dar certo só o dá para quem
na sua matéria-prima nada

Porém, quando temos afogados e soterrados
em sentido literal
Ah! Emergem as relações escusas deste
com seus dominados
E submergem nas lágrimas este povo
que nada ou pouco tinha a ver
Com a gana desenfreada pelo mineral

Lisieux Marc - 06/11/15

terça-feira, 23 de junho de 2015

De Vagar

A cidade dorme
Mas alguns estão acordados
Enquanto alguns estão em sonhos
Outros
Na noite vagam
E divagam
Sobre tudo que lhes envolve
Esperando talvez
no dia seguinte
Acordar
Com muito menos
à vida
perguntar.

-Lisieux Marc, 21/06/15


quarta-feira, 4 de março de 2015

That Bittersweet Hold of You

How good it feels
to see in you in my arms
Not in others' ones
As it's been for a while

How good it feels
to hold you in my arms
Like it was the right thing
Even if just for a while

How good it feels
To hold you for a while
And that in that moment
you are mine
And not other wrong guys'
As you'd been for some time

How good it would feel
To wake up with you in my arms
Not for a while,
not for a day...
But for a time
To lose count

Lisieux Marc