quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Dilemas

Organização. Talvez fosse isso tudo o que precisasse, pro próximo semestre, pro próximo ano, pra vida. Pois ao final de tudo, ao final do ano, via que toda essa agitação não era lá mil maravilhas. Sabia que era algo inerente à ele, mas que podia ser contido com disciplina e com uma maior frequência, necessária, pra quando fosse deixar a agitação rolar livremente, que fossem ocasiões mais tranquilas, a-noite-é-uma-criança e etc, e não ficar aquele ressentimento na hora que isso pesasse negativamente em outras áreas de sua vida. Precisava de um maior equilíbrio, de mais freio, de mais cuidado nas escolhas de sua vida. Claro, os contra-argumentos eram fortes - trabalho e estudo o dia todo, lazer é merecido no fim de semana - "all work and no fun makes Jack a dull boy" - mas ter que adiar esse lazer em momentos importantes como no início de férias era algo que lhe fazia repensar isso muito, até porque não gostava de não poder agitar quando quisesse, quando tal amigo chamasse, etc. E era o que tinha feito o ano todo - e se divertido à beça, sem dúvidas - mas por isso mesmo nem seria justificável ceder à sua própria vontade nesse momento em que era necessário contê-la - apesar de que as vezes achava que se saía mais bem fazendo-o. Mas não, era apenas serotonina falando que domina - egoísta que era ela, gostava de satisfazer apenas a si, sendo que havia todo um cérebro e corpo a serem satisfeitos aquém dela, essa serotonina.
Deixava isso aqui postado como registro, como nota mental e como promessa-de-ano-seguinte. Veria.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Minimamente Feliz

Bom, primeiro post não-autoral aqui... Porque achei o texto lindo e porque diz muuuito sobre minha filosofia de vida/jeito de ser. Quem me conhece vai concordar =]

"A felicidade é a soma das pequenas felicidades. Li essa frase num outdoor em Paris e soube, naquele momento, que meu conceito de felicidade tinha acabado de mudar. Eu já suspeitava que a felicidade com letras maiúsculas não existia, mas dava a ela o benefício da dúvida.

Afinal, desde que nos entendemos por gente aprendemos a sonhar com essa felicidade no superlativo. Mas ali, vendo aquele outdoor estrategicamente colocado no meio do meu caminho (que de certa forma coincidia com o meio da minha trajetória de vida), tive certeza de que a felicidade, ao contrário do que nos ensinaram os contos de fadas e os filmes de Hollywood, não é um estado mágico e duradouro.

Na vida real, o que existe é uma felicidade homeopática, distribuída em conta-gotas. Um pôr-de-sol aqui, um beijo ali, uma xícara de café recém-coado, um livro que a gente não consegue fechar, um homem que nos faz sonhar, uma amiga que nos faz rir. São situações e momentos que vamos empilhando com o cuidado e a delicadeza que merecem alegrias de pequeno e médio porte e até grandes (ainda que fugazes) alegrias.

'Eu contabilizo tudo de bom que me aparece', sou adepta da felicidade homeopática. 'Se o zíper daquele vestido que eu adoro volta a fechar (ufa!) ou se pego um congestionamento muito menor do que eu esperava, tenho consciência de que são momentos de felicidade e vivo cada segundo.

Alguns crescem esperando a felicidade com maiúsculas e na primeira pessoa do plural: 'Eu me imaginava sempre com um homem lindo do lado, dizendo que me amava e me levando pra lugares mágicos Agora, se descobre que dá pra ser feliz no singular:
'Quando estou na estrada dirigindo e ouvindo as músicas que eu amo, é um momento de pura felicidade. Olho a paisagem, canto, sinto um bem-estar indescritível'.
Uma empresária que conheci recentemente me contou que estava falando e rindo sozinha quando o marido chegou em casa. Assustado, ele perguntou com quem ela estava conversando: 'Comigo mesma', respondeu. 'Adoro conversar com pessoas inteligentes'.
Criada para viver grandes momentos, grandes amores e aquela felicidade dos filmes, a empresária trocou os roteiros fantasiosos por prazeres mais simples e aprendeu duas lições básicas: que podemos viver momentos ótimos mesmo não estando acompanhadas e que não tem sentido esperar até que um fato mágico nos faça felizes.

Esperar para ser feliz, aliás, é um esporte que abandonei há tempos. E faz parte da minha 'dieta de felicidade' o uso moderadíssimo da palavra 'quando'.
Aquela história de 'quando eu ganhar na Mega Sena', 'quando eu me casar', 'quando tiver filhos', 'quando meus filhos crescerem', 'quando eu tiver um emprego fabuloso' ou 'quando encontrar um homem que me mereça', tudo isso serve apenas para nos distrair e nos fazer esquecer da felicidade de hoje. Esperar o príncipe encantado, por exemplo, tem coisa mais sem sentido? Mesmo porque quase sempre os súditos são mais interessantes do que os príncipes; ou você acha que a Camilla Parker-Bowles está mais bem servida do que a Victoria Beckham?
Como tantos já disseram tantas vezes, aproveitem o momento, amigos. E quem for ruim de contas recorra à calculadora para ir somando as pequenas felicidades.

Podem até dizer que nos falta ambição, que essa soma de pequenas alegrias é uma operação matemática muito modesta para os nossos tempos. Que digam.

Melhor ser minimamente feliz várias vezes por dia do que viver eternamente em compasso de espera."

Pela jornalista Leila Ferreira. ( http://revistamarieclaire.globo.com/Marieclaire/0,6993,EML1690767-10387,00.html )

Muitos pôr-de-sóis pra todos! :D

sábado, 1 de outubro de 2011

A Música

A música é inquietação na alma
É lascívia que salva
Do mal olhado
Daquele bucado

De coisas ruins do cotidiano
Como um passar de pano
Que limpa as impurezas
Faz esquecer as incertezas

Ao soar da nota de um piano
Recordações de aniversário de um ano
Tudo aquilo que você pensa
Condensado num vinil por uma prensa

A música é elevação da alma
É arte que por si só fala
Que nunca pode ser calada
Que nasceu para ser exaltada.

*Uma breve declaração de amor minha para a música, meu amor eterno <3

Lost & Found

Perdido estava,
Achado estava.
Perdido...
e salvo.

É, a vida e suas multifacissitudes...

sábado, 14 de maio de 2011

Setembro

Sonhos de sonhos que sonhei
Vestígios nem mais me lembro.
E junto ao chegar de Setembro,
Mês de nascença e renascença

Hei de lembrar-me assim,
Quase sem querer
De tudo de mais belo que vivi
E que agora se foi - como desamanhecer
Assistir o tímido esvaecer

E eu, que o amor colocava no mais alto patamar
Não me desiludirei, não, de amar
Pois nada nesse mundo é vão!
Nem a mais doce e singela ilusão

Aquilo que se vive, que se vê, em que se crê
É o alimento da alma, pura e calma
Pois, "tudo vale a pena, se a alma não é pequena."

Por isso, hei de continuar, de não mudar
De em frente seguir, sem me desiludir
E a vida viver, não sofrer
Pois há muito a se ver e a se ter.
(Setembro/10)

domingo, 1 de maio de 2011

Eu Quero Ser

Eu quero ser aquele que não fui
Eu quero ser aquele que serei
Eu quero ser

Ser
A nascente de um riozinho
A fonte que não se esgota
Aquele poliglota
Eu quero ser mais

Mais
Que a brisa do fim de dia
Que uma breve companhia
Que uma pequena alegria
Ser eu quero, ainda

Aquela luz infinda
Como a da Lua, que ilumina
Os caminhos da vida
As trilhas da noite
A terra e o asfalto
Do rural e do urbano
O bucólico e o melancólico
Cada qual à seu modo.

Mas ser eu não seria
Se sê-lo não quisesse.
Mas querendo-o, ser-lo-ei
O inimaginário, o incrível
O abstrato, o impossível
Ter tudo isso eu poderia
Se de sê-lo, gostaria
Quem isso traz
para o presente,
sê-lo será: contente.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Não Sei.

Eu não sei o que eu quero
Eu não sei o que não quero
Eu não sei o que espero
Eu não sei se algo espero

Desespero?
Ou, talvez, medo
De passar cada dia
Passeando pela vida

Me perder pra me encontrar?
Ainda estou a me reacostumar.
Eu sou aquele que sei
Mas, ao mesmo tempo,
quem sou não sei.

Hei de assim, então, esperar
Para logo voltar a pisar
Em meu chão, meu caminho.

Mas só sei que não vou sozinho
Pois meu mundo e as pessoas nele
São, para mim, meu ninho, meu nicho
Em que me sinto seguro,
Em que me apuro.

E assim vai a vida,
Essa longa avenida.
Virar em muitas esquinas,
passar em muitas ruas,
ir parar em muitos bairros...
É, simplesmente, necessário.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

L.i.b.e.r.d.a.d.e.

Bom, finalmente fiz um blog. Tava pra fazer tinha séculos!
Então, vou começar falando sobre liberdade. Sobre um sentido dela. Liberdade, essa linda. Essa que ilustra meu background. ^^
Recém terminei um namoro de 1 ano e 4 meses. Não tava bom, não tava legal, mas eu só consegui aceitar que ia terminar na última semana, sabe. Todo o tempo anterior fiquei querendo tentar, tentar, tentar. Mais para o final, ele não saía mais comigo direito (ao menos não comigo e amigos), não curtia o principal tipo de lazer meu - barzinhos -, e já estavam todos os amigos perguntando se a gente ainda estava junto, onde ele estava, etc. Perceptível, não? Pois é.
Mas terminamos de boa, foi tranquilo, falamos que ficaríamos amigos e tal. Ponto.
Então, no fim de semana seguinte ao término, fui à um chà de fralda de uma amiga do trabalho, com outra amiga do trabalho, a querida Amélie. E após o chá, fomos pra Savassi sentar em um bar. Fui tomando o Martini que tinha levado para o chá. E tipo, no caminho da Svs, uma certa hora comecei a sorrir, rir, do nada, sem motivo aparente. Nem entendi na hora: "-Por que to feliz assim do nada?".  E não, não estava bêbado (ainda, huahaua). E foi isso, fui pro bar com uma sensação muito boa, que perdurou a noite toda. E só dias depois parei pra pensar no que era aquele sentimento lindo que tive.
E era um sentimento, uma felicidade, de liberdade, sabe? E por quê? 
Porque eu tava preso àquela pessoa, tinha um compromisso com ela, mas ela não estava sempre comigo. Era uma prisão invisível ao consciente. E eu ficava com esse sentimento estranho muitas das vezes, sem perceber. Era uma prisão inconsciente. A gente não percebe o quanto essa prisão faz mal, inconscientemente, até estar livre dela. E foi nesse dia que concluí: "To feliz". E foi nesse dia também que percebi que tínhamos tomado a melhor decisão pros dois, pra serem totalmente felizes de outros modos, com outras pessoas, mais à seu modo. Porque assim, nada que de algum modo cerceie sua liberdade, te faz 100% bem. Porque liberdade é plenitude. Se em voo conjunto você não consegue bater tanto suas asas, voe só. Um voo solo não no sentido literal, mas no sentido de livre, desimpedido, ao lado dos amigos. Nunca deixe que nada te tire algo que você tem de mais precioso: sua liberdade individual. Diga não ao conformismo - que inclusive discorrerei sobre em um post futuro. É isso.


Termino com um trecho de Los Hermanos - Do Lado de Dentro, banda que amo:

"Que este castelo só me prendeu, viu?
Mas o universo hoje se expandiu
E aqui de dentro a porta se abriu.
"