quarta-feira, 27 de abril de 2016

Des-vaneio




Quero andar por ruas nunca dantes vistas
Quero sair de manhã a ver o dia
Quero que o sol nasça a noite e a lua se ponha de dia
Com as montanhas de guia

Quero o repente como rotina
O lugar comum, como mãe já dizia,
é maresia
Quero sair sem mapa, eira nem beira
E desaguar numa cachoeira

Quero rumar para fontes desconhecidas
Donde dos lares exale café quentinho
E da chaminé a lenha fresca
Quero ir onde a vida amanheça

Azul, leve, e nada breve
Quero tudo devagarinho
Caminhar por aí sem tempo
Vivendo o momento

Quero fugir, extra-ordinariar, ir ali
Vagar pelo mundo 
Desvelar terrenos quase não-descobertos

Almejar ao tudo 
- e ao nada - perguntar
O que é correto
é o mesmo que o certo?
Nos satisfaz a concretude 
Ou ela só da consciência soterra
o surreal e o inédito?

Lisieux Marc - 07/04/16 - 05:14h